terça-feira, 20 de agosto de 2013

CAPDE ENTREVISTA - THEREZA BRANCO LOPEZ

A ''CAPDE Entrevista'' desse mês é com Thereza Branco Lopez que é formada em "Serviço de Aconselhamento Humano'' pela Universidade de Las Vegas, Nevada - EUA, atua como Coordenadora de Desenvolvimento da "Catholic Charities of Southern Nevada – Migration and Refugee Services" para ajudar os refugiados recém-chegados, aumentando o apoio sistemático fornecido às agências de reassentamento, além de atuar como especialista na "Clark County – Department of Family Services (departamento de serviços da família)" onde atua com crianças em risco social. Ela é brasileira, oriunda da cidade de Natividade/RJ e está radicada em Las Vegas nos EUA. 

CAPDE:  Como é feito o financiamento dos projetos sociais nos EUA? São recursos governamentais?

THEREZA: Os projetos sociais nos EUA são recursos governamentais – como 60 % e uns 40% são de doações.  As pessoas aqui ajudam muito.  Todas as doações são descontadas no imposto de renda.  As pessoas se interessam muito porque só assim eles podem abaixar seu imposto de renda.  E obrigatório pagar imposto de renda, porque se não eles te tomam tudo o que você tem em sue poder.

CAPDE: Quais os casos de risco social mais comuns que as crianças e jovens nos EUA são submetidos?

THEREZA: Os riscos sociais são vários.  Drogas em primeiro lugar.  Os jovens são expostos a gangs e ai se envolvem em drogas.  Sofrem abusos emocionais, sexuais e físicos.  Muitos jovens fazem a escolha de sair de casa e viver com amigos, ai são expostos a pobreza, acabam vivendo na rua. 

CAPDE: Qual é a estratégica que vocês utilizam para reinserção social dos refugiados? Há aceitação da população em geral?

THEREZA: Para a reinserção social dos refugiados o nosso programa utiliza, coordena e supervisiona os recursos da comunidade através de sua amplia rede de programas e serviços.  O programa oferece: Classes de Inglês, Ajuda para conseguir trabalho.  Uma gerente de caso para cada família.  Gerente de casa são pessoas especializadas na área de assistente social.  As gerente de caso ajudam com aplicações para receber ajuda do governo,  por exemplo, assistência de dinheiro e comida.  Os clientes que são solteiros recebem um cheque do programa para pagar suas despesas e os clientes que tem família (crianças) recebem ajuda do governo.  Todos os clientes tem que atender classes de Inglês.  O programa aluga um apartamento para os clientes que chegam sem família (o apartamento e todo mobiliado pelo programa) e não tem aonde viver.  O program em si ajuda por 1 ano.  Depois de 1 ano nos E.U.A. eles podem pedir ajuda ao programa mas somente ajuda de trabalho não te dinheiro.  Também temos uma equipe para ajudar preencher todas a aplicações para eles terem beneficio medico(um plano de saúde) que o governo paga e 2 pessoas para transportar para seus apartamentos.  Também temos uma pessoa que os ajudam em todos os papeis de Imigração.


CAPDE: Nos EUA existem abrigos para jovens, crianças ou para deficientes? Se não existe qual é o trabalho realizado para atender essa clientela específica.

THEREZA: Sim, existem abrigos para jovens e deficientes.  As crianças que são tomadas pelo o Tutelar de Menor entram em custodia do governo e são abrigados por família ou por pessoas que recebem do governo. Os jovens se são menor de 18 anos entram em custodia do governo também.  Os deficientes tem programas específicos para eles.  Muitos atendem faculdades e sao introduzidos na comunidade como qualquer outra pessoa, tem seu próprio apartamento e trabalho. 

CAPDE: Qual é a estratégica que vocês utilizam para reinserção social dos refugiados? Há aceitação da população em geral?

THEREZA: Os refugiados são expostos à cultura Americana por sua Assistente Social assim que chegam no Estados Unidos.  Pare ter um introdução melhor a cultura, a assistente social passa uma conferencia de mais de 1 hora com cada família.  Falam sobre a cultura, expectativas, modo de viver, etc… Também para ter uma introdução melhor e mais fácil, eles ja chegam com um apartamento pronto para eles morarem.  Os ajudantes da assistente social arrumam todo o apartamento e depois explicam como usar cada coisa (por ex. Como ligar o fogão, como usar o vacuum,  o aquecedor e ar condicionado, etc..)  Isso e feito com o programa que eu trabalho, não sei os outros programas. 
Em geral eles são aceitos pela população.  Tentamos achar emprego assim que e possível e de atender aulas de Inglês para poder fazer parte da população. 


CAPDE: Nos EUA existem abrigos para jovens, crianças ou para deficientes? Se não existe qual é o trabalho realizado para atender essa clientela específica.

THEREZA: Sim existem abrigos para jovens, crianças e para deficientes.  Jovens menor de 18 anos que não tenham familia, foram abandonados pela família ou foram abusados pela familia, se tornam custódia do governo.  Crianças que sofreram qualquer tipo de abuso são custodia do governo também.  Deficientes geralmente vivem com a familia, mas tem vÁrios programas para eles.  Se não tem familia, tem abrigos para eles em lugares especificos, tipo “Desert Regional Center” .

CAPDE:Quais são as pessoas em quem se inspira pra desenvolver seu trabalho? Quais as metas que o seu projeto atingiu nos últimos anos?

THEREZA: Boa pergunta.  Pessoas em quem me inspire??? Eu me sinto como eu pudesse ser umas das pessoas que passam pelo nosso programa.  Me lembro muito bem quando cheguei no Estados Unidos com apenas 15 anos.  Super jovem, sem orientação, sem falar Ingles…  Faço o que for possivel para que esse programa continue ajudando os refugiados, porque sao pessoas que merecem,  ja passaram por muito e estao em busca de uma vida melhor.  Esse e o sonho de tomo Imigrante que chegam aos Estados Unidos.
A meta do meu Projeto é para aumentar as doações, criar um time de voluntarios para nosso departamento de “emprego” e criar contatos com as igrejas Católicas que ainda nao estão trabalhando com o nosso programa.
Estou em esse trabalho a 6 meses e atingi os seguintes:
-Tenho 2 voluntarios
-Fundraiser event (evento que eu fiz em Junho) - $5, 500.00 dollares arrecadados
- Doações de varias coisas, por exemplo, comida, roupa, etc…
-A ligação com uma igreja que faz doações todo mês.

CAPDE: Thereza, muito obrigado pela atenção. Faça agora suas considerações finais.

THEREZA:  Gostaria de agradecer a CAPDE - Casa de Apoio aos Deficientes pela a grande honra de fazer parte desta entrevista. Me sinto sinceramente honrada. Gostaria também de pedir a ASSISTÊNCIA ao publico que ajude esta organização. Todos nós somos capazes de fazer uma diferença na vida de outro ser humano. Você pode ajudar em varias formas, por exemplo, doações de dinheiro, roupas, comida, e também pode ser um voluntário, "Ask not what your country can do for you, ask what you can do for your country", John F. Kennedy

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Pessoas com deficiência ocupam só 1% do mercado de trabalho

Dos 805.858 trabalhadores empregados na região, apenas 10.791 têm algum tipo de deficiência ou 1,33% do mercado de trabalho. A informação faz parte de levantamento realizado pelo PADEF (Programa de Apoio à Pessoa com Deficiência) e só não inclui Rio Grande da Serra. Os dados demonstram que o resultado ainda está longe do esperado, já que a legislação determina que as empresas reservem até 5% do total de vagas para as pessoas com deficiência.

Segundo a coordenação do PADEF, a maior parte dos contratantes ainda não está preparada para receber o contingente de trabalhadores nestas condições, tanto pela acessibilidade dos prédios e instalações das empresas, quanto pela postura dos diretores, que muitas vezes optam em não dar chances aos deficientes.

Segundo informações do último censo, somente no estado de São Paulo são 9 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência e apenas 124 mil estão empregadas.

Legislação/ A chamada Lei de Cotas - Lei 8.213 - completou em julho 24 anos de a sua aprovação.

Sua criação teve como objetivo regulamentar e auxiliar as pessoas com deficiência na busca por emprego, que antes disso era algo ainda mais complicado.

Entre as principais determinações da lei, está a condição de que toda empresa com 100 ou mais funcionários deve destinar de 2% a 5% (dependendo do total de empregados) dos postos de trabalho a pessoas com alguma deficiência.

A baixa escolaridade e a falta de qualificação profissional, provocadas pela falta de infraestrutura na educação e transporte público do país, são apontadas como as principais causas da não contratação de pessoas com deficiência pelas empresas, além da adaptação necessária na estrutura das organizações, para que os espaços possam ser adequados ao trabalho e ao deslocamento dos profissionais.

MAIS

Legislação precisa oferecer chance
De acordo com a legislação, empresas que possuem de 100 a 200 empregados devem ter 2% de deficientes no quadro de funcionários. As que empregam de 201 a 500, devem destinar 3% das vagas aos deficientes. Entre as que trabalham com 501 a 1000 funcionários, o porcentual deve ser de 4% . Acima de 1001, o toral reservado deve ser de 5%.

10.791 é número de trabalhadores com algum tipo de deficiência empregados no ABC.

Rio Grande está fora da pesquisa
Os números não levam em consideração os dados de Rio Grande da Serra, que não entrou na pesquisa.

Fonte: Diário do Grande ABC