sábado, 30 de julho de 2011

Assistente Social do CAPDE participa de Seminário na SEASDH

Buscando uma maior integração com as instituições conveniadas e uma adequação para um melhor desenvolvimento dos trabalhos a Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos promoveu um seminário esta semana na sede da SEASDH no prédio da Central do Brasil no Centro da cidade do Rio de Janeiro. 
Representando o Diretor Pe. Geraldo Gualandi e o Coordenador Rafael Capita, a Assistente Social Analice Periard marcou presença no evento e ressaltou a importância de encontros como este: "Foi muito importante este seminário e parabenizo a SEASDH em especial o Secretário Rodrigo Neves e o Superintendente Márcio Rodrigues pela iniciativa. Esperamos que estes seminários sejam repetidos pois fortalece o elo das entidades com a Secretaria de Estado como também a troca de experiências com as outras instituições que é sempre muito rica."
Segundo a Assistente Social da SEASDH Maria Adelina Pereira novos seminários serão realizados em breve.

ASCOM CAPDE

sábado, 16 de julho de 2011

CAPDE vai desenvolver programa de inclusão ao mercado formal de trabalho

Desde 1991 existe uma lei no Brasil que obriga as empresas com mais de 100 funcionários a contratarem pessoas portadoras de deficiências. A lei prevê que uma determinada quantidade de vagas, que varia de 2% a 5% do número total de funcionários, deve ser reservada para pessoas deficientes.
Como toda medida afirmativa, a lei vem causando grande polêmica e seu cumprimento ainda não é uma realidade para a maior parte das empresas.
A questão da inclusão de deficientes no mercado de trabalho é um desafio que pode ser visto pelas empresas como uma crise ou como uma oportunidade incrível.
Muitos estudos mostram que promover a diversidade no mercado de trabalho trás muitos benefícios para as empresas. Pessoas com formação diferente, com visões diferentes sobre os mesmos problemas, com origens, idades orientações políticas e religiosas diferentes, reunidas em um mesmo ambiente proporcionam uma visão mais holística e promovem a criatividade e a inovação.
Em um grupo heterogêneo, a troca de experiência e opiniões enriquece todos os indivíduos. Por este motivo, as empresas devem cultivar a diversidade como uma estratégia para ampliar a sua visão global e integrada da sociedade em que atuam.
As barreiras para a inclusão de deficientes talvez estejam mais em nossas cabeças do que em problemas efetivos. Como durante muito tempo os deficientes estiveram segregados, a sociedade acabou por reforçar seus preconceitos e nos acostumamos a mantê-los sempre isolados e marginalizados.
As estimativas atuais indicam que existam no Brasil cerca de 24 milhões de pessoas portadoras de deficiências. Como será que conseguimos manter, por tanto tempo, tantas pessoas à margem da sociedade, sem acesso a educação, a emprego e ao consumo?
A lei de cotas pretende minimizar este problema e ajudar a dar oportunidade para que estas pessoas voltem a fazer parte da comunidade e, para isso, o papel das empresas (como geradoras de empregos) será decisivo.
É claro que a empresa irá precisar fazer algumas adaptações para receber estas pessoas. Em geral, são necessárias algumas adaptações físicas: instalações de rampas, de banheiros adaptados para cadeiras de rodas, de sinais sonoros e instruções em Braille para deficientes visuais.
As maiores adaptações, no entanto, estão relacionadas a questões comportamentais: a verdade é que não sabemos lidar com as diferenças, não tivemos oportunidades, na infância, de conviver com pessoas deficientes e, por tudo isso, temos uma enorme resistência a esta idéia. Pequenas ações de treinamento e sensibilização, no entanto, podem resolver este problema.
Do ponto de vista prático, o trabalho se inicia com o mapeamento das funções. Esta atividade tem o objetivo de determinar quais os tipos de deficiências que melhor irão se adequar a cada uma das funções existentes na empresa e é feita a partir do cruzamento das habilidades e conhecimentos específicos necessários a cada cargo. A esta informação é somada a avaliação da estrutura física, através da qual vamos identificar as necessidades de adaptações para garantir a segurança e a mobilidade de funcionários com deficiências.
Este mapeamento é fundamental para garantir a qualidade na execução da tarefa, a mobilidade e a segurança de funcionários com deficiências.
A contratação de funcionários, neste caso, pode precisar de uma atenção especial. O recrutamento precisa ser feito de forma mais ativa e cuidadosa para que não sejam cometidas injustiças.
A sensibilização de gestores e funcionários é outro passo decisivo.
Pela dificuldade que temos em lidar com o novo e porque não estamos habituados a lidar com deficientes e a pensar na inclusão destas pessoas no mercado de trabalho, torna-se fundamental investir na sensibilização de gestores e funcionários.
Os gestores serão os responsáveis pela abertura de vagas para estas pessoas e pelo gerenciamento das dificuldades que aparecem no dia-a-dia. Por isso, eles precisam estar convencidos dos benefícios e importância deste programa para a empresa.
Já os funcionários precisam estar preparados para receber os novos colegas. Se a empresa tem a intenção de contratar deficientes auditivos, por exemplo, seria recomendável que os funcionários pudessem fazer um curso de linguagem brasileira de sinais (libras). Isso facilitará a comunicação e contribuirá com a integração destas pessoas e a melhoria do ambiente de trabalho.
O programa precisa ser avaliado e acompanhado permanentemente, par que se corrijam as falhas o mais rapidamente possível.
Do ponto de vista de desempenho profissional, os funcionários deficientes deverão ser avaliados da mesma maneira que qualquer outro funcionário. O que será preciso avaliar permanentemente é o programa de inclusão em si: devem ser revistas periodicamente as fontes de recrutamento, os métodos de seleção e treinamento e as ações de sensibilização e integração, visando melhorar continuamente o programa
A partir desse segundo semestre, buscaremos parceria com as empresas locais para podermos incluir no mercado de trabalho alguns de nossos acolhidos. No dia-dia da nossa instituição já estamos trabalhando o desenvolvimento de potencialidades dos mesmos ensinando-os tarefas básicas, como também ressaltando a importância da boa convivência, respeito ao espaço do outro, corrigindo pequenas falhas para que nossos acolhidos estejam bem preparados para essa inserção. Nosso trabalho é mais complexo pois nossa clientela veio encaminhada até nossa casa devido à falta total de estrutura familiar, chegando muitas vezes sem limites, sem ter a mínima noção de boa convivência sócio-familiar. Apesar de tudo estamos conseguindo grandes avanços nessa área e hoje temos, no mínimo, três pessoas prontas para essa inserção no mercado de trabalho.
Esse trabalho será liderado por mim e pela Terapeuta Ocupacional Nara Lopes, com participação ativa de toda equipe profissional do CAPNE.
Esperamos que o mais breve possível possamos estar com pelo menos uma pessoa inserida no mercado formal de trabalho.

Rafael Capita
Coordenador